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ONDAS DE TRANSFORMAÇÃO A vida é um grande mar, Quiçá, imenso oceano, Onde singra-se sem trégua, No barco corpo humano. De ondas sempre diversas, Hora a hora se alternando, Entre suaves e revoltas, O corpo/barco chacoalhando. Somos nós nesse sentido, Barcos de carne a seguir, O caminho que escolhemos, Com compromissos a cumprir. Enquanto barco singramos, Sempre conforme conseguimos, Mas é no singrar a vida, Que vamos evoluindo. Pode se singrar a esmo, Como barco à deriva, Sem rumo e sem consciência, Perdido na própria vida. Estacionado em si mesmo, Teimando em remar sozinho, Contra o balanço da vida, Que sempre indica o caminho. A cada instante uma estrela, Um astro ou outro sinal, Se mostra ao navegante, Chamando-o a vencer o mal. O mal de singrar a esmo, Por oceano revolto, Sutilmente lhe indicando, O norte que leva ao porto. Mas cego, surdo e insensível, O navegante não vê, Insiste em singrar a esmo, Sozinho até perecer. Quando então

O PARTO

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O PARTO Ai, ai, ai! Como dói minha iscadeira! Essa minha cacunda cansada, de doer inda me mata! Maria Tomásia se levanta do rancho e manquejando e balbuciando lamentos se dirige ao rêgo d'água, pamode lavar os últimos pano que o menino tá chegando. Pelas dores que vem sentido e o tamanho do bucho, ela sabe pela experiência de outros sete partos, que sua hora não demora. Quando a noite cai e o céu de estrelas se decora, as dores chegam ao seu liminar e Maria Tomásia sabe que é hora da grande hora. Assim, entre uma contração e outra manda seu primogênito Pelágio ir à casa da vizinha, chamar dona Davina, parteira e comadre sua. Deveras,  acertado tudo já  estava, desde a semana passada, quando as dores primeiras de parir sutilmente já se anunciavam. Foi na reza de dona Davina, ela que era devota de Nossa Senhora do Livramento, enquanto amassava o "rosado e a brevidade", biscoitos caseiros à  base de goma de mandioca, que dona Davina não gostava de deixar faltar na

Caído

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No chão da vida me encontro, Remoendo todos os meus feitos, Soterrado em meio aos escombros, Desse mundo de seres imperfeitos; Dos amores que tive, que vivi, Das sementes que na vida plantei, Lindos frutos em filhas colhi, Muitos sonhos com lágrimas teguei; E o tempo menino apressado, Todo afoito a seguir o caminho, Devorou quinze anos calcados, A pés descalço com afeto e carinho; Fiz história, estorias contei, Eu rezei, eu cantei a pregar, Em aprender muito me empenhei, Para poder melhor servir e amar; Me fiz servo,  amigo e irmão, Me fiz ombro, coração e ouvidos Me doei, ofertei minhas mãos, Acolhendo o que tinha caído; Me fiz punho, me fiz braço e voz, Fui à luta e simplesmente lutei, Pouco a pouco fui deixado a sós, Justamente por quem eu lutei; Ressequido, sufocado e perdido, Vi raiar o louco sol da paixão, Que voraz devorou -me o juizo Destruindo o meu fio da razão; E nos olhos da mais bela flor, Pelo amor fui então encontrado, Sem tocá-

Soneto em Acróstico

F azer sua história, seguir seu caminho, E mpenhando-se em viver, vivo estando, L utar com amor, fazer tudo com carinho, I luminando-se, caindo ou se levantando. Z ombando dos males e perigos da jornada, A rmando-se de sorriso, amor e compaixão, N a certeza de que só o amor e mais nada, I lumina e vence, nossa sombra e escuridão. V ivendo é aprendiz, ensinando o que aprendeu, E nquanto inquieto e ávido procura transcender, R umo àquele, que de puro amor, um dia o teceu. S egue seus sonhos e os desejos do coração seu, Á vido do céu, segue se doando a se enternecer, R enascendo das trevas, para a luz  do amor Deus. I nspirado pelo amor segue vencendo a compreender, que no caminho é preciso, que se... O re, vigie e ame... Siga, sendo e aceitando o que se é, buscando ser, o ser que se sonha ser. Amando, amando, amando... E assim, pelo amor ir se transformando.