LINGÜÍSTICA

A HISTÓRIA QUENTE E A HISTÓRIA FRIA, A FORÇA DO PRESENTE EM DETERMINAR O PASSADO E COMO A LINGUAGEM TRANSFORMA A FORMA DA MENSAGEM MAS NÃO DEFORMA O CONTEÚDO.

VERSÃO FORMAL

Quando nos propomos a pesquisar,
A falar, a escrever, a narrar,
Procuramos sempre algo para contar.
Dizem os experts, os mais competentes,
Que tem fala mais fraca e mais falha,
Aquele que fala, da história quente.
Quanto mais distante do seu objeto,
Do acontecido, do fato pesquisado,
Mais chances têm o historiador,
De narrar melhor, o recorte estudado.
Pois, quanto mais distante no tempo,
Mais se torna fácil de ser interpretado,
Mas, o objeto a ser estudado,
Nunca se elege de modo casual,
A subjetividade de um jeito camuflado,
Sempre participa e influi ao final.
A pergunta de sempre, insiste,
Sempre ecoando dentro da memória,
O que é e pra que serve essa tal história?
É nesse momento que se pode ver,
A voz da teoria dando o seu saber,
Orientando a gente, dizendo como fazer,
Dando a resposta conforme proceder.
A história é a reconstrução,
Narrativa, conceitual e documental,
Em um tempo presente em questão,
Da assimetria, entre passado e futuro,
Gerando a idéia de temporalização.
Pois já escreveram antes e não estava errado,
Quem domina o presente, domina o passado,
Assim, ontem e hoje estão sempre mudando,
Salvo as nossas memórias, que estão ali, sempre regulando.
Schaff já nos dizia,
Ontem é noite e hoje é dia.
Koselleck insistiria,
Com arranjo em sintonia.
Nada está determinado,
Pronto, feito e acabado.
O vivido agora presente,
É o agente relevante,
Com suas pressões e nuances,
Reconstrói constantemente...
Assim, para ilustrar e então facilitar,
Para que todos os ouvintes,
Possam então sintetizar,
Um exemplo bem romântico,
Desse ensino já semântico,
Pra vocês nós vamos dar...
João amou tanto a Maria,
Que o traiu na covardia.
Ele ficou tão magoado,
Que jurou não mais amar.
Mas o dia acabou, sendo presa do passado,
E veio então o João,
A bela Ana encontrar.
Apaixonou-se por Ana,
Como jamais pode pensar,
E a força do presente, veio o passado mudar.
Maria que era tudo,
Veio logo a desbotar,
Ana, novo amor presente,
Fez tudo se transformar,
E o futuro solitário,
De João celibatário, padre prestes a se tornar,
Converteu-se em lar e filhos.
Pois João esqueceu Maria,
Em com Ana certo dia, veio ele a se casar!
Desse modo fica dito,
De modo bem veemente,
O que Koselleck disse,
Faz sentido francamente!
Tem domínio do passado, que domina o presente.

VERSÃO MARGINAL

A parada é o seguinte mano, tá ligado truta!
Quando os truta tá a fim de mandar uma ideia velho, a gente manda na moral, tá sacano! E a ideia vai na moral, do jeito que a rapaziada tá afim.
Pô, tirando os meganhas aí, que fica criando problema e regulando a parada, os truta contam a parada do jeito deles, mandam a fita na responsa, e deixa a chapa esquentar. Que nóis é nóis, na treta!
O passado é passado, e o presente é agora irmão, tá sacando a parada!
Quem manda na parada é quem tem o ferro e os mano com ele, tá ligado!?Quem domina a para é que decide a coisa!!!
Então velho foda-se o que foi o passado, o passado agora é o que do jeito que a gente disser que é, tá entendendo? O lugar de fala é nosso, a treta tem a cara de quem tá na mandando no esquema.
Por que mano, caralho! Tá ligado! Quem manda nessa porra é nóis cara, é nóis... Por que agora, é nóis na fita, é nóis na fita!!!
Quando for outro maluco aí oh, quando for ostros bacanas mandando na parada, aí o passado vai ser do jeito deles, mas agora o passado é nóis que determina truta, é nóis na fita aí, tá sacano malandragem??? Nóis manda a idéia e ela é lei, é a verdade!!! O resto é balela, é treta sem responsa!!!
Não sei se eu fui claro, mas a treta é a seguinte o que hoje tá rolando meu brother... É que vai dizer como foi o que já rolou,
Neguinho que já danço, não vai contar nada mais não tá ligado!o esquema agora é do jeito que a gente mandá a fita...
Saca só... O truta tava pegando a cachorra ela aprontou com ele,
Aí a Casa caiu brother, ele queria até se mandar da parada...
Mas aí rolou o frevo e ele conheceu a tchutchuca lá velho, e ficou de boa!
Tá com ela na moral e tem até filho já!
Se ele fosse ficar de bobêra aí, por que a chapa esquentou pro lado dele, tinha feito bestêra, mas não, o hoje é um novo dia e arruma tudo velho, põem tudo na ordem, tá ligado?!
È por isso que eu digo que os trutas lá, o maluco do koselleck e o maluco do Schaff, é um brother que manja da treta mesmo velho... Caralho meu, porra velho, o muleque manja muito, e tava certo o tempo todo, quem manda na parada é que diz, como é, e como não é.

VERSÃO CAIPIRA

Imbão, conde a gente conta um causo desse, ô tá quereno sabe cum é que sucedeu essa trenhera tudo! O jeito é apricurásaber dereitim pus antigo, pessa gente que cunheceu Cuma foi di primêro, pamode num passar vergonha contano causo que num é de vera. O povo tem um ditado bãozim, que ante gosto pur demais de tá usano ele, que é o ditado de que, quem conta um causo armenta uma tiage, mais a gente tem que tê cartela mode num sai inventano coisa e pono chifre na cabeça de cavalo. Que o que conteceu, cunteceu e todo mundo sabe sõ cê inventa e amudifica a história adispois ancê pode ante arrumá marquerença e fica de mintiroso e é fama ruim é a de mintiroso!!!
Mais nesse causo é tronquilo demais pámode a gente cunversá pur que todo mundo sabe num é?! Já que assucede de sê cois fáci de prusiá! Meu cumpadi scharff, que amorava num sitiozim aquim perto, a uma distança de légua, oh légua e meia, adispois do curguim da água roxa, e ele é cabra duma inteligença pai d’égua, e sempre acontava isso, que ele era homi istudado e sabia coisa do arco da veia, imbom, ele sempre dizia que quem tem império é que dicide Cuma é, e Cuma num é as coisas. E veja bem ocêis, Cuma é, se ieu que num sô nada cumeço acontá histótria aí, que num tem mutia coisa cum a vedade, imbão é logo o povo me põem de mintiroso. E mais... Cuma eu matuto dos gerais vô puder debatê cum dontô formado, que fala num sei contas língua, cuma é o cumpadi scharff? E o cumpadi kusellé? Num dá, só se eu tive ficano besta... heheheheh!
Mais o certo é que a pessoa que tem cunhicimento, é formado, é que sabe falar e pisquisá as coisa e sabe determiná cuma é e cuma num é, Cuma foi, e cuma num foi... nóis memo só acumpanha.
Seu joãozim da rua de baixo, ele se inrroscô cum mariazinha fiia de Zé pesão e ela infeitõ a cabeça do homem, abotô um par de guampas no coitado e ele ficô todo discabiciado, sem sabê o que fazê da vida. Vi falá que tava anté quereno avirá padre, pá mode se dedicá as coisa do céu, já cá dizilusão dele foi grande demais. Mais adispois, parece quéle quetô, ele acunheceu Aninha de Chico torto, aí prús lado das bucainas, e fico todo ainfruido! Ela moça jove, toda fogosa, achô ele quereno e conde dois qué é só relá e sartá faísca... hehehe... E os dois se ajeitáro, agora o home tá aí todo sussegado e chei de fiio. Agente num pode se apegá nas coisas não, pur que tem hora que parece que o chão some de dibaxo dos pé da gente e ocê acha que o mundo cabo aí dá uma brisa e refresca, o sol adeita e alevanta denovo e o trem dimuda de tudo. Ansim também é cum esses causo, essas história, depende de quen conta, pra quê que conta e Cuma conta...É isso!!!

Comentários

  1. macrolingüística dananda di boa essa aí truta bala !Estou por aqui, Kiko, leitor.

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